"Music offers a world, and inhability. Noise offers something more like dark matter which may be what allows a structure for everything else to exist." (Paul Hegarty Noise/Music: a history, p.139)
Bem conhecida é a história da apropriação do ruído pelas práticas musicais ao longo do século XX. Nas duas frases citadas, Paul Hegarty exprime não apenas uma dicotomia já tradicional entre música e ruído, enquanto instâncias separadas do universo sonoro, mas aponta também para a possibilidade de integração das duas. Ruído seria não apenas aquilo que estaria excluído de qualquer universo que se queira música, mas ele seria ele próprio a condição de possibilidade para a formação de qualquer discurso musical e sua "habitabilidade", sendo, ele próprio, "inabitável".
Sem subscrever acriticamente à tese acima, Binaural é um evento de ruído e performance que se propõe a explorar de diversas maneiras, em cada um dos artistas que se apresenta, a possibilidade de ,ao contrário, "habitar o ruído". A metáfora da habitação permanece adequada na medida em que estamos falando de projetos, "músicas", que primam por seu caráter imersivo, de simultaneidade e intensidade de estímulos, indo do puro engajamento sônico, até continua sonoro-tátil-visuais que integram a sala e o público em um ritual musical total. Binaural pretende, tampouco, refutar a proposição de Hegarty, antes demonstrando a inabitabilidade como um extremo em um conjunto de possibilidades, cuja responsabilidade é tanto do ouvinte quanto daquele que expõe o ruído (o artista). Afinal, o artista de ruído habita, conjuntamente ao público, o espaço que ele próprio cria.
Bem conhecida é a história da apropriação do ruído pelas práticas musicais ao longo do século XX. Nas duas frases citadas, Paul Hegarty exprime não apenas uma dicotomia já tradicional entre música e ruído, enquanto instâncias separadas do universo sonoro, mas aponta também para a possibilidade de integração das duas. Ruído seria não apenas aquilo que estaria excluído de qualquer universo que se queira música, mas ele seria ele próprio a condição de possibilidade para a formação de qualquer discurso musical e sua "habitabilidade", sendo, ele próprio, "inabitável".
Sem subscrever acriticamente à tese acima, Binaural é um evento de ruído e performance que se propõe a explorar de diversas maneiras, em cada um dos artistas que se apresenta, a possibilidade de ,ao contrário, "habitar o ruído". A metáfora da habitação permanece adequada na medida em que estamos falando de projetos, "músicas", que primam por seu caráter imersivo, de simultaneidade e intensidade de estímulos, indo do puro engajamento sônico, até continua sonoro-tátil-visuais que integram a sala e o público em um ritual musical total. Binaural pretende, tampouco, refutar a proposição de Hegarty, antes demonstrando a inabitabilidade como um extremo em um conjunto de possibilidades, cuja responsabilidade é tanto do ouvinte quanto daquele que expõe o ruído (o artista). Afinal, o artista de ruído habita, conjuntamente ao público, o espaço que ele próprio cria.
Serviço:
BINAURAL
Evento de ruído e performance
Programa: Yersiniose // Alexandre Porres // Paralyzed Blind Boy // J.-P. Caron // Corpo Código Aberto
Data: 24 de Agosto, Sábado
Local: Espaço Cultural PA (Rua Presidente Farias, 226)
Horário: 17h00-22h00
Ingresso: R$ 8,00
BINAURAL
Evento de ruído e performance
Programa: Yersiniose // Alexandre Porres // Paralyzed Blind Boy // J.-P. Caron // Corpo Código Aberto
Data: 24 de Agosto, Sábado
Local: Espaço Cultural PA (Rua Presidente Farias, 226)
Horário: 17h00-22h00
Ingresso: R$ 8,00
+Binaural é um evento paralelo a II Bienal de música hoje. Para programação completa aceder a seguinte ligação: http://bienalmusicahoje.com/links/programacao.html#m
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